
O tiro esportivo é uma das mais antigas modalidades olímpicas, presente desde a edição inaugural dos Jogos modernos, em 1896. Ao longo das décadas, sua evolução acompanhou as mudanças tecnológicas, sociais e esportivas do mundo, sem jamais abrir mão da exigência por excelência.
Em nenhum outro esporte, o domínio do corpo e da mente é tão decisivo para alcançar o milímetro perfeito. A quebra de um recorde olímpico no tiro não é apenas um feito estatístico: é a consagração de um atleta que atingiu o ápice da performance sob pressão extrema.
Com o tempo, a Federação Internacional de Tiro Esportivo (ISSF) reconfigurou o formato das competições. A partir de Londres 2012, a divisão entre recordes de qualificação (QOR) e recordes finais (OR) passou a ser oficial.
Essa mudança criou novos parâmetros, tornando ainda mais desafiadora a busca por marcas históricas. Com o acréscimo de provas mistas e a ampliação da participação feminina, o cenário tornou-se mais dinâmico e inclusivo, renovando o interesse pelo esporte.
Carabina: técnica, controle e regularidade
Entre todas as disciplinas, as provas de carabina sintetizam a precisão estática do tiro. No ar comprimido a 10 metros, o chinês Sheng Lihao alcançou 252,2 pontos na final masculina em Paris 2024, superando o norte-americano William Shaner. No feminino, Ban Hyojin, da Coreia do Sul, atingiu 634,5 pontos na fase classificatória e terminou a final empatada no topo com 251,8 pontos.
Na exigente carabina 50m três posições, que exige disparos ajoelhado, deitado e em pé, Chiara Leone, da Suíça, conquistou o ouro e quebrou o recorde olímpico com 464,4 pontos. Zhang Changhong, da China, ainda sustenta a marca masculina com 466,0 pontos, registrada em Tóquio — também válida como recorde mundial.
Pistola: concentração levada ao extremo
As provas de pistola são conhecidas pela pressão intensa sobre os atletas. O russo Mikhail Nestruev ainda detém, desde 2004, o recorde olímpico de qualificação da pistola de ar 10m masculina, com 591 pontos. Já Javad Foroughi fez história ao dar ao Irã sua primeira medalha olímpica no tiro, com 244,8 pontos na final de Tóquio.
No feminino, Oh Ye Jin, da Coreia do Sul, brilhou em Paris 2024 com 243,2 pontos na final da pistola de ar. Os recordes demonstram o quão determinante é o controle mental quando se tem segundos para agir com precisão absoluta. Já nas provas de pistola rápida, Vitalina Batsarashkina segue como referência, mantendo marcas sólidas sob as novas regras.
Espingarda: velocidade e reflexo apurados
O trap e o skeet elevam o grau de dificuldade ao desafiar os atletas com alvos em movimento. Em Paris 2024, Nathan Hales (Reino Unido) e Adriana Olivia (Guatemala) estabeleceram novos recordes no trap com 48 e 45 acertos. No skeet, Vincent Hancock consolidou-se como lenda ao conquistar o tricampeonato em Tóquio com 59 acertos, enquanto Amber English brilhou entre as mulheres, errando apenas quatro alvos.
As provas mistas também ganharam espaço: a dupla italiana formada por Diana Bacosi e Gabriele Rossetti estabeleceu um novo recorde na qualificação do skeet por equipes com 149 pontos em Paris.
Marcas eternas e protagonistas históricos
A loja Arsenal Combat, de Palmas (TO), destaca que a longevidade também tem seu lugar nos registros do tiro esportivo. O sueco Oscar Swahn, medalhista aos 72 anos nos Jogos de 1920, ainda é o atleta mais velho a subir no pódio olímpico.
Já Kim Rhode, dos Estados Unidos, brilhou ao conquistar medalhas em seis Olimpíadas consecutivas, entre 1996 e 2016, tornando-se ícone de consistência e versatilidade nas provas de espingarda.
Cada recorde olímpico traduz a capacidade humana de superar os próprios limites através da disciplina, do foco e da repetição incansável. O tiro esportivo, mais do que qualquer outra modalidade, continua a desafiar o tempo, os nervos e a perfeição.
Para saber mais sobre recordes olímpicos do tiro esportivo, acesse:
https://www.olympics.com/en/news/olympic-records-shooting-pistol-rifle-shotgun
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